28/03/2022 - MAXIMILIANO AUGUSTO ROCHA

MAXIMILIANO AUGUSTO ROCHA nasceu em Araxá no dia 30 de julho de 1949. É o primeiro filho do casal José Rocha (empresário do ramo de Fogos de Artifício) e Irene Marques Rocha (professora). O casal teve mais seis filhos: Sandra Aparecida, Arlindo José, Ângela Maria, Tereza Cristina, Carlos Eduardo e Leonardo José. Desde criança, quando estudou na Escola Estadual Delfim Moreira, sua habilidade para o desenho já era percebida. O pai, José, preocupou-se em transmitir valores aos filhos, especialmente aos homens, ensinando-os a trabalhar desde muito jovens. Maximiliano conciliava os estudos com o trabalho, no negócio da família, na extinta Fábrica de Fogos de Artifícios “Condor”. Na adolescência, estudou no Colégio Dom Bosco e no extinto Colégio “Jesus Cristo”. Em meados da década de 1960, ele aperfeiçoou seu talento e firmou o ofício de traçar letras e números com Sr. João Amaral, o primeiro pintor de faixas em Araxá. “Max”, como era chamado pelos familiares e amigos, cresceu demonstrando cada vez mais seu interesse pelas artes plásticas, desenhos, esculturas em pedra sabão, madeira, pinturas e aquarelas. Traçados firmes e com caligrafia perfeita, dedicou maior parte de sua vida para desenvolver criações de layout para empresas, sendo sua principal atividade econômica. Após prestar o serviço militar, no início da década de 1970, tornou-se aluno e fiel escudeiro do renomado artista plástico Calmon Barreto, assim que o mesmo retornou do Rio de Janeiro à sua cidade natal. O premiado professor, com certeza, pode notar em seu aluno o interesse pelas técnicas da pintura, dos desenhos e das esculturas. Com seu mestre, Max dedicou-se,sobremaneira, ao mundo das artes. Aprendeu noções de anatomia humana e animal, a dominar pincéis, a preparar tintas, a misturar e combinar cores, a pintar com técnica, a manusear e esculpir pedra sabão, a entalhar madeira, a esculpir gesso, a desenhar em nanquim e crayon etc. Mesmo durante as aulas, o jovem aprendiz estava sempre acompanhado de “Lila”, sua cadela de estimação. Por mais de dez anos, a inseparável cadela de caça foi a fiel amiga de Maximiliano. Ela também serviu de inspiração para o mestre Calmon, pois o mesmo tinha um carinho especial pelas espécies caninas. Juntos, professor e aluno, pintaram as paisagens que compõem nossa região. Todavia, é possível encontrar a cadela “Lila” em algumas dessas obras. Maximiliano casou-se com Orlandina Fátima Dias, natural da cidade mineira de Governador Valadares em 1974. Juntos, tiveram três filhos: Maximiliano Júnior, Marcella e Marcos. Em fins de 1970, trabalhou na Empresa ARAFÉRTIL, onde fazia todos os trabalhos direcionados à comunicação visual — faixas de sinalização, letras, números, maquetes, ilustrações de livretos e informativos. Concomitante ao trabalho formal, o Max dividia seu tempo pintando quadros. O artista assinava seu primeiro nome, seguido de dois algarismos do respectivo ano das obras. Ele se inspirou na região da Bacia do Barreiro e em outros cenários regionais onde eternizou belas paisagens naturais. Algumas dessas pinturas estão no acervo do Jornal “Correio de Araxá”, onde o ilustrador e desenhista contribuiu ao semanário numa fase de estreita amizade com o editor-responsável, Atanagildo Côrtes. Maximiliano já praticava a pesca nas horas vagas e pode dedicar-se ainda mais a esse hobby e aos desenhos e pinturas após desligar-se da ARAFÉRTIL em fins da década de 1980. Certa vez, o exvereador, José Cincinato de Ávila, conhecido cidadão no cenário político de Araxá, encomendou ao artista que pintasse alguns quadros retratando pontos turísticos da cidade. E assim foi feito! Max confeccionou várias telas que, posteriormente, Cincinato presenteou pessoas e lugares. Para Tarcisio Cardoso, também artista plástico, “Max” tinha um talento nato e incomum. Eles conviveram na juventude, para depois se reencontrarem, em meados da década de 1980. Nesse tempo, como assessor de comunicação da CBMM, Tarcisio criou Manuais de Segurança na Empresa e, ao invés de usar fotos ilustrativas, optou por “bico de pena”. Assim, encomendou-as ao ilustrador Maximiliano, que fez dezenas de pranchas de funcionários da empresa, no exercício de suas atividades. Um trabalho primoroso, que se encontra no acervo histórico da empresa. Maximiliano desempenhou inúmeros trabalhos de confecção de placas, faixas, fachadas comerciais, flâmulas para festas religiosas, outdoors e outras peças de comunicação visual. Aliado à esses, somam-se algumas restaurações em prédios históricos de Araxá, como o casarão da família de Juca Primo (posteriormente, de Carlos Lemos), localizado à Praça Cel. Adolpho, o extinto restaurante Moquém e a Igreja de São Sebastião. Seu nome era referência nesse quesito, a ponto de ser recomendado para trabalhos de maior vulto. Entre os anos de 1989 e 1990, o Grupo SCEG Construção e Engenharia, dirigido pelo engenheiro civil, José Antônio Guimarães Borges, executou um arrojado projeto de reforma na Igreja Matriz de São Domingos. À época, a Igreja estava sob os cuidados do pároco José Perfeito, que acompanhou de perto o trabalho dos profissionais. Coube ao artista Maximiliano o serviço de restauração das pinturas artísticas dos altares da Igreja. Por muitas vezes, o pintor foi procurado por senhoras da sociedade a fim de encomendar um trabalho seu. Elas queriam ter a honrosa oportunidade de serem retratadas artisticamente por suas mãos. Atualmente, várias residências em Araxá abrigam obras do artista, dentre paisagens, casarões, pontos turísticos e retratos. Na sala da presidência da Fundação Cultural Calmon Barreto está exposto um óleo sobre tela de sua autoria, datado de 1991. Nele, o artista retrata a bela Estação Ferroviária Oeste de Minas construída no estilo neoclássico em 1926. A obra estava em regime de comodato com a Prefeitura de Araxá e, atualmente, pertence à instituição cultural. Em 1994, o artista se mudou com a família para Governador Valadares, cidade natal da esposa. Na cidade turística, em atendimento à uma empresa de eventos, Maximiliano desenvolveu várias máscaras de personagens da Disney. Ele criou os objetos em forma de capacete, muito utilizados por animadores em festas infantis ou durante os passeios de trenzinho pela cidade. Também em Governador Valadares, algumas de suas obras estão compondo o “Pico de Ibituruna”. Desta forma, seu legado está diretamente ligado ao turismo, pois o local é bastante visitado por pessoas de diferentes localidades. Em 12 de janeiro de 2017, em São Paulo, Maximiliano foi vítima de um aneurisma e faleceu aos 68 anos. O notável e talentoso artista foi sepultado em sua cidade natal. Além de esposa, filhos e netos, deixou um rico e extenso legado artístico, composto por aproximadamente 600 obras, entre pinturas, gravuras, aquarelas e esculturas. Fontes:  Arquivos: Fundação Cultural Calmon Barreto, Igreja Matriz de São Domingos, Jornal Correio de Araxá, Prefeitura Municipal de Araxá.