Lygia Cardoso Maneira

Idealizadora e Primeira Presidente da Instituição

 

Lygia é natural de Araxá e a primogênita de nove filhos de Clóvis Cardoso Júnior e Lygia Valle Cardoso. Chamada carinhosamente de "Dona Lyginha" é a idealizadora da Fundação Cultural Calmon Barreto e corresponsável pela sua criação.

Lyginha é uma união de talentos artísticos herdados do pai violinista, e da mãe professora. Dona de uma caligrafia ímpar, inspirou obras como, "Edgard à sua Maneira", livro idealizado por ela e escrito pela historiadora Glaura Teixeira Nogueira Lima, para homenagear os 70 anos do marido; e o CD "Teclas da Vida", um tributo com variadas composições, lançado em março de 2002. No extenso currículo consta o Curso de Formação no Colégio São Domingos, muitos anos de estudos de Piano (iniciados aos nove anos de idade), professora de música e uma paixão pela arte de pintar telas.

Viveu 49 anos de matrimônio com Edgard Martins Maneira, com quem teve sete filhos: Iara, Edgard Júnior, Ângelo, Cleonice, Eduardo, Sílvia e Adriana.

Lygia ocupou o cargo de primeira presidente da Fundação Cultural Calmon Barreto de Araxá, de junho de 1984 a agosto de 1986. Voltou a ocupá-lo por mais duas gestões, de 1993 a 1996 e de 1997 a março de 2000.

Em 1984, a Secretaria de Estado de Cultura implantou um programa de resgate do artesanato regional e disponibilizou verbas para que algumas cidades mineiras executassem o projeto. Graças à amizade entre Lyginha e o Secretário de Estado, José Aparecido de Oliveira, a Fundação foi contemplada com um importante repasse em prol do artesanato local.

Também foi de sua iniciativa a solicitação, ao secretário e amigo, de que o prédio da extinta Estação Ferroviária Oeste de Minas, desativado em 1982, servisse de sede para a Fundação Cultural Calmon Barreto. José Aparecido respondeu positivamente ao pedido. As parcerias foram fundamentais nesse propósito e juntos conseguiram dar um destino profícuo ao prédio desativado. A sede se tornou oficial em 08 de fevereiro de 1985, em regime de comodato. Em 1990, torna-se propriedade do município, mesmo ano em que foi tombada como patrimônio histórico.

Durante as três gestões em que esteve à frente da Fundação Cultural Calmon Barreto novos setores foram criados, acompanhados de novos estímulos e oportunidades de expor a arte e o talento do povo para o povo, como artesanato, desenho, bordado, música, teatro, dança, memória, fotografia e literatura.

Implantou vários projetos, como o resgate da arte da tecelagem, a realização de cursos livres e a reestruturação museológica e museográfica do Museu Dona Beja. Fez acontecer inúmeros eventos culturais, como o 1º Encontro Cultural de Araxá, o Festival da Canção e a apresentação da “Ópera Cavalleria Rusticana”, de Pietro Mascagni, no Grande Hotel.

Sob seu comando, o extinto Centro de Preservação do Patrimônio Histórico da FCCB (hoje, Setor de Arquivos, Pesquisas e Publicações) desenvolveu inúmeras pesquisas sobre a história de Araxá e organizou diferentes arquivos, tais como o Levantamento da Imigração, o Arquivo Fotográfico, o Arquivo do Museu Dona Beja, de Dom José Gaspar, do Setor de Patrimônio Histórico, do Levantamento dos Bens Culturais etc.

Com visão voltada para a religiosidade dos araxaenses, resgatou a ornamentação de ruas nas datas de Corpus Christi. Levantou recursos e acompanhou a restauração dos prédios da Igreja de São Sebastião, da sede da FCCB, do Museu Dona Beja e de sua pinacoteca.

Participou da criação do Coral Villa-Lobos, embrião da Escola Municipal de Música Maestro Elias Porfírio de Azevedo e da Banda Municipal Padre Clóvis. Também dinamizou a implantação do Museu Calmon Barreto, em 1996, uma solicitação da comunidade a partir da mostra póstuma do artista. Após realização de concurso público, admitiu os servidores aprovados para ocuparem seus cargos em todos os espaços da instituição: prédio-sede, Escola de Música e Museus.

Em março de 2004 Lyginha recebeu a Medalha “Leonilda Montandon”, honraria concedida pela Câmara Municipal àqueles que tiveram relevância na esfera educacional do município. No mesmo ano, em dezembro, foi condecorada com a “Medalha Calmon Barreto”, tributo criado pela Secretaria de Cultura do Estado para homenagear as personalidades que se destacam na área cultural e turística de Minas Gerais.

Araxá muito se orgulha desta nobre cidadã e a Fundação Cultural Calmon Barreto é eternamente grata pela sua dedicação e amor ofertados a esta instituição.

 

Lygia Cardoso Maneira

Junho de 1984 a Agosto de 1986

1993/1996

1997 a Março de 2000

 

“No decorrer da vida, momentos há, tão especiais que marcam profundamente nossa existência. Aconteceu comigo com a criação da Fundação Cultural Calmon Barreto de Araxá. Como uma das idealizadoras e fundadoras da instituição, fui nomeada sua 1ª Presidente. Muito honrada, fui distinguida neste cargo em três administrações municipais, a fim de alavancar os projetos culturais de Araxá.

Ao relembrar o passado, vislumbro como ela é importante para a vida cultural de nossa cidade. Além de abrir novas perspectivas no mundo maravilhoso das artes, ela evoca o passado, ressuscitando a memória e a história local.

Após mais de três décadas, continua firme nos seus propósitos, contando com a seriedade e a determinação de seus dirigentes e funcionários, firmando-se cada vez mais como uma célula viva para orgulho dos araxaenses e aplausos dos seus visitantes.”

Lygia Cardoso Maneira

01/03/2018